Kathia Delari
ano: 1981
cidade: umuarama
pecado: preguiça
vício atual: falar com estranhos
ponto fraco: horário
salve-salve: família, amizades,
chocolate, café, milkshake
de ovomaltine, bozo, sapos,
google, cama.

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sexta-feira, novembro 26, 2004

O Pierrô, a Colombina, o Arlequim, e a Roberta

Não posso ver um Pierrô e não lembrar da Marchinha de Carnaval Pierrô Apaixonado (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres). E daí pra começar a cantar, um pulinho né?
Mas ontem a Rô estava com um Pierrô na mão e eu comecei: Um Pierrô apaixonado, que vivia só cantando, por causa de uma Colombina acabou chorando, acabou chorando...
Acontece que a Roberta é uma mente insaciável, quer muuuitas informações sobre tudo. E além de se divertir quando eu a peguei no colo e comecei a cantarolar e dançar com ela, me fitou bem nos olhos e perguntou:
“Porque ele chorou?”

Ai... Me ferrei. Como explicar o triângulo amoroso mais famoso do carnaval para uma menininha de 3 anos? Não podia citar nem a Commedia dell Arte, nem Bakhtin, é óbvio (forçada, eu, não?). Então, enquanto pensava em traição e em pessoas fingido-se outras, me enchi de paciência e tentei fazer tudo parecer muito meigo. Um Pierrô que gostava da Colombina que acabou namorando o Arlequim, porque não gostava mais do primeiro.
E é claro que eu me enrolei e acabei falando do carnaval, que as pessoas gostam de vestir fantasias e sair para dançar...
Adoro a Roberta, mas tenho muito medo do que podemos fazer com uma criança. A maneira concentrada e encantada com que ela me olhava, enquanto que procurava pirar o menos possível e contar a magia dos carnavais tradicionais, era apavorante. Palavras friamente calculadas, para contar, um mês após o Dia das Bruxas, que no carnaval as pessoas também podem se vestir de bruxa, de aranha (ela perguntou se podia e eu assenti), de fada, de pirata, de baiana, de Carmem Miranda (Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim...), de melindrosa, de malandro, e por fim, de Arlequim, Pierrô e Colombina.
Acho que ela ainda não se convenceu com os motivos que eu dei para a Colombina ter deixado de gostar do Pierrô e passado a gostar do Arlequim (precisa ver que lindo ela tentando falar Arlequim!). Resultado: provavelmente O Pierrô Apaixonado entrará na lista de mais pedidas da Roberta pra mim, junto com a música da Formiguinha, da Véia a Fiar, do Gago Apaixonado, Flagra... E as perguntas se repetirão.

Kathia 10:55 AM

Frases soltas

Ele já não ligava muito pra gente quando trabalhava na secretaria. Agora que é publicitário, piorou.

Kathia 10:54 AM

quarta-feira, novembro 24, 2004

Valsinha

Voltando para casa, no ônibus.
Eu absorta, pensando na vida, até que ouvi um barulho de beijos. Pensei que eram adolescentes, daqueles que adoram mostrar pra deus e o mundo que estão apaixonados e felizes. Para minha surpresa era um casal maduro.
Ela, pelas rugas, uns 65 anos. Ele eu não sei, não me arrisco a chutar idade de homens. Enfim, era uma coisa improvável, um casal quase da terceira idade trocando muuuitos beijos num ônibus da urbs. Completamente apaixonados. E não era aquela coisa meiga dos casais de velhinhos de mãos dadas, que arrancam um ôhh discreto dos observadores. Era mais pra um benzadeusquefôlego!!!
Desceram logo. Ela de vestido vermelho de festa com um broche de rosa, destes da moda; ele de pólo por dentro da calça jeans, cinto e sapato.
É claro que um casal pode ser feliz e apaixonadíssimo mesmo aos 65 anos. Mas mesmo assim lembrei da Valsinha do Chico e do Vinícius. Mesmo meus casais modelos há muito casados não se beijam tão desavergonhadamente em público. Não pode ser uma rotina, devia ser, no mínimo, uma data especial.

Kathia 2:21 PM

quarta-feira, novembro 17, 2004

Anéis de Saturno

Resolvi usar o bordão “Não é uma Brastemp”, como exemplo, na minha monografia da pós. Li artigos que dão pistas de onde fundamentar. Já dei uma googleada pra ver se o tema não é muito batido, já pensei em argumentos, referências, contextualização... E o principal para o que pretendo propor: Sei que essa expressão que ganhou a boca do povo, saiu da boca de um cidadão comum e não da de um publicitário, numa daquelas pesquisas em salas com espelho cego.
Ok. Muito lindo eu saber disto assim pra contar em uma mesa de bar. Mas de onde eu tirei esta informação? De um texto de alguma aula optativa em Ciências Sociais... Marketing político... Sim! Comunicação Política, só pode ser.
Bora pegar as pastas da faculdade e procurar os textos. Ops, não achei em Comunicação Política.
Teoria da ideologia? Não, Weber e Marx já tinham morrido há muito tempo quando a Brastemp lançou este slogan.
Sociologia Urbana? Também não, ou eram autores estrangeiros ou textos sobre Curitiba. Se fosse da Prosdócimo ou Eletrolux, talvez...
Regimes Políticos Contemporâneos? Sem chances, imagine Schumpeter dizendo: “o cidadão típico não é nenhuma Brastemp, é apático e prefere jogar cartas”.
Parece insano procurar esta referência em textos que não são de disciplinas de Publicidade, mas muitas coisas foram insanas nos meus 4 anos de faculdade. De qualquer forma, me rendo e passo para as optativas do Decom.
Comunicação e Cultura? Não, muito Bakthin.
Análise do Discurso? Opa, grandes chances! E posso ter usado o texto de Comunicação Política pra fundamentar o trabalho final de A.D., em que analisamos o site de campanha do Lula... Alguns minutos depois: não achei sequer o trabalho, que dirá o texto.
Que merda, não posso ter jogado fora. Volto à Comunicação Política. Opa, há uma ordem numérica nos textos, se eu comparar com o cronograma da disciplina... 1, 2 , 3 ,4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13. Ai, cadê o 12??? Sim, Murphy está certo. Deve ser este infeliz deste texto 12.
E Quintana também deve estar certo, e como todos os objetos perdidos esse texto deve ter ido formar os anéis de Saturno.

Kathia 7:12 PM

Para constar

Descobri que não gosto muito da imagem que os outros têm de mim.
Mas o desgosto não é tanto a ponto de me mover a fazer algo além deste post.
É difícil consolidar e manter uma imagem e é freqüentemente apregoado que para destruí-la basta fazer uma única cagadinha e tudo vem a baixo. Mas a questão da identidade não é esta.
Se você não está feliz com o que pensam de você não pode mudar muito, sob o risco de acharem que você estava enganando a todos o tempo todo. Mas também não quero mudar, na verdade não acho que o problema sou eu, mas a representação que agora eu acho que os outros têm de mim. Então os errados seriam eles e não eu. Mas, se eu não for a sujeita da minha representação, vou ser sujeita do quê?
Então, melhor mesmo é apenas constatar que a realidade/verdade é inatingível. E por mias filosófico que isto seja pode ser prático. Entender que outra pessoa não vê o mundo como você, faz com que muitas coisas que pareciam inconcebíveis tenham algum sentido. Pôr-se no lugar de outro ainda é uma boa forma de se evitar conflitos internos e externos.


Incomunicabilidade
Mário Quintana

Querer que qualquer um seja sensível ao nosso íntimo é o mesmo que estar sentindo um zumbido no ouvido e pensar que o nosso vizinho de ônibus o possa escutar.

Kathia 2:20 PM

sexta-feira, novembro 12, 2004

Entorpecentes

Três pessoas na esquina.
Sujeito 1: Sabe de alguém que tem o CD do Corel pirata? Alguém tem aí na bolsa, agora?
Sujeito 2: Não agora eu não tenho, mas sei quem tem
Sujeito 3: Não, eu não sou usuário, obrigada e não insista.

Não foi tão sucinto e direto assim, mas a frase “eu não sou usuário” foi realmente proferida e foi bem engraçado. Imagina a evolução: Começa com Paint Brush, ainda na adolescência, depois resolve se enveredar pelos caminhos gráficos. Doses diárias de Corel Draw. Com o tempo isto é pouco, já não satisfaz mais, próximo passo, Photoshop. Pode parar por aí, mas dependendo dos círculos de influência pode chegar à forma mais pesada de uso: Ilustrator no G5.

Kathia 1:28 PM

sexta-feira, novembro 05, 2004

Esclarecimentos

Devido a alguns comentários que distorceram minhas opiniões, seguem alguns esclarecimentos sobre o Post “ô trem bão!!!”:
- Não vou discriminar ninguém por nunca ter comido Rosquinhas de Pinga, mesmo porque eu nunca comi carne de cachorro. No entanto, se alguém quiser eu trago de Umuarama, inclusive ainda tenho uns pacotinhos que eu trouxe pra consumo próprio, mas que eu posso compartilhar com os amigos.
- Eu considero os chineses serem humanos. Aliás ninguém seria louco de negar essa condição. Pois, se por um lado a filosofia oriental é zen, por outro é de lá que saem muitos tipos de luta e se um dia eles se enfezarem que querem conquistar o mundo não só através dos produtos industrializados, sai de baixo!
- Agradeço à campanha pró Kathia em Curitiba e realmente admito que minhas regalias diminuirão, e muito, quando eu morar novamente em Umuarama, mas esta é uma discussão que deve ser esquentada só no começo do ano que vem, por enquanto vou levando sem aprofundar muito as reflexões.

Kathia 5:50 PM

Estereótipos de Beleza

A Dove está com um site bem bacana sobre beleza. Ousado até.
Se vai surtir resultado eu não sei, mas a idéia é bem legal, e pode aumentar muitas auto-estimas.
É que por mais que as empresas que trabalham com cosméticos e afins façam de conta que valorizam todas as idades e etnias, sempre tem aquelas dicas de beleza do tipo: "truques para afinar seu nariz", "se você tem lábios finos, contorne por fora, se são grandes por dentro"... Ou seja, realce sua beleza se camuflando para ficar dentro dos padrões.
Já essa campanha da Dove parece realmente valorizar as gordinhas, as idosas, os cabelos cacheados, etc, etc, e querer “oferecer uma visão mais saudável e democrática da beleza”
Acessem:
http://www.campanhapelarealbeleza.com.br

Kathia 4:39 PM

Jürgen Habermas

Você sabia que o Habermas é fanho?
Pois é, segundo a Revista Veja, "Habermas não aparece na TV (sua pronúncia é fanha, por causa de uma deformação no palato e no lábio inferior)"
Ainda bem que ele nasceu no século vinte, acho que um fanho não seria bem quisto na Esfera Pública Clássica.

Kathia 4:27 PM

quarta-feira, novembro 03, 2004

ô trem bão!!!

Nada como um bom final de semana na casa paterna* para recuperar as energias e se reabastecer pros últimos meses do ano:

- Muito colo

- Muitos beijos e abraços

- Muita comida de qualidade

- Rede na varanda

- Quintal bucólico

- Andar descalça

- Gatinhos fofos

- Amigos da adolescência

- Rever fotos antigas

- Visitas sem hora marcada

- Cartoon network

- Receber elogios e se sentir querida

- Se encher de cacarecos no 1,99

- Gritar bingo e deixar as velhinhas emputecidas

- Andar a cidade inteira atrás de uma calça (sim, é geograficamente viável)

- Aulas de tributação com meu pai tentando me explicar o IR

- Fórum familiar sobre a vida alheia

- Tirar sarro das próprias desgraças

- Sofrer e promover muitas especulações

- Conversar com pessoas que sabem o que é uma bolacha/rosquinha de pinga, e que brincaram com bonecas feitas de sabugo de milho e com boizinhos feitos de manga verde ou com monstrinhos a la Capitão Caverna feitos com o caroço da manga.

Não necessariamente nesta ordem


* Tema recorrente, eu sei, mas como amo Umuarama e tudo o que a faz adorável a meus olhos, não resisto à empolgação.

Kathia 6:43 PM

A Indústria do Bingo em Umuarama

Movimentando de farinha a produtos da maior indústria de cosméticos brasileira

Minha mãe adora bingos e consegue envolver quase a família inteira na história.
Em Umuarama, depois da proibição de se fazer um bingo só por fazer, a cada evento destes, a organizadora vai à delegacia da mulher, pede uma autorização e se compromete a doar x% do valor arrecadado para uma instituição de caridade.
Os produtos bingados variam conforme a bingueira, de artesanato a produtos revendidos por catálogo. Mas agora uma nova categoria concorre com a tradicional Tupperware, a socialmente responsável Natura.
Então, estou eu em Umuarama, no sábado, dia trinta e vejo minha irmã fazer muitas bolachas. Encomenda de uma bingueira. No domingo perguntei bingo do que seria, pra saber qual seria a moeda de troca neste escambo. Minha mãe: “Qual dos dois?” E eu: “Têm dois? Eu nem sabia, quero saber para qual vai as bolachas.” Era para o da Natura.
Devido a uma chuva muito forte no domingo de manhã e no começo da tarde, muitos minutos foram gastos em telefonemas pra saber se os dois bingos iam acontecer e para decidir em qual ir. Fomos no da Natura, em detrimento de um Bingo Beneficente da Igreja. Mas justiça seja feita, as cartelas deste último já estavam compradas, então não dava para ficar com dor na consciência.
Eu, minha irmã e minha mãe ganhamos sabonetes. Não tinha muita gente, então os prêmios não eram muito glamourosos. A sensação será nesta sexta, se não me engano, quando chegarão os estojos de Natal da Natura...
Requião estando certo ou não, é fato que os Bingos em Umuarama são volumosos, vide a grande sessão de avisos no final de cada um em que eu vou e o testemunho da minha querida mãe: “Se quiser e tiver dinheiro, têm todo dia.”
Também não se pode negar que movimentam a economia. E eu já requeri minha parte nisto tudo, já que a encomenda para este Bingo de domingo foi de bolachas de pinga, e não dos tradicionais biscoitos de polvilho, lembrei à família que fui eu quem reavivou esta receita, a mais ou menos dois meses atrás quando quis provar que não estava louca e que realmente existe tal guloseima, embora os curitibanos adorem ignorá-la. Com isto não paguei as rodadas extras.

Kathia 6:30 PM

Equilíbrio

Entre a super e a subestimação, salvaram-se todos.

Kathia 6:25 PM

Falando...
Já dito...

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